A crise e a capacidade criativa

Opinião - Arthur Coelho

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"Céu de brigadeiro" em nosso Brasil? Não! Afivelemos nossos cintos para enfrentarmos a zona de turbulência nos próximos momentos e permaneçamos sentados!
 
É o que escutamos pelos quatro cantos do país. Mas o brasileiro, criativo como sempre, busca alternativas para levar seus sonhos avante e ao alto, como a "Senta a púa" brasileira, que brava e heroicamente, lutou com todas as suas armas para deixar o nome do Brasil nos anais da Segunda Guerra Mundial.
 
Parece que voltamos ao passado, e a palavra de ordem é a "CRISE" que assola a pátria tupiniquim e resvala por todas as tribos e não seria diferente com os potiguares!
 
Há tempos ouvimos: "O Brasil é dos brasileiros" e, agora, mais do que nunca bradamos: "Todos juntos pela culinária brasileira!". E isso fortalece nossa gastronomia e aumenta nossa criatividade. O cozinheiro brasileiro é criativo, cheio de curiosidade e movimentação, não se importa se sua atividade parte de um simples carrinho de lanches ou um restaurante de 600 lugares, como o aberto recentemente em Natal. O que se vê é a garra e a vontade de superar as dificuldades e deixar sua marca na história da cidade.
 
Nesses próximos momentos, o que valerá como ingrediente principal dessa receita para driblar a crise, é a criatividade, a negociação, a estratégia inusitada para o sucesso das vendas, reengenharia de custos, avaliação das metas construídas para os dias futuros. Além de buscar sobreviver com o dragão da inflação e do caos político instalado nas planícies brasilianas e nos palácios dos planaltos estrelados por tantos brigadeiros ou patentes criadas com o apoio petrolífero brasileiro.
 
Por conta desse último, os brasileiros, promovedores do PIB real, que acordam às 4 horas da manhã, gastam parte de seu tempo produtivo nos engarrafamentos das cidades, labutam por 12 horas para pagar seus impostos e não ver o retorno, nem de uma parcela parca e ínfima do resultado do seu trabalho! Cansa, desestimula, entristece, enraivece, aborrece, porém de forma contraditória o brasileiro não se deixa abater! Vão em frente, cai pra dentro, dá "nó em pingo d'água" e, no fim de tudo isso, ainda agradece a Deus pela chuva ainda por vir, sem perder a fé e sem perder o bom humor.
 
O resultado dessa garra, principalmente nordestina, é o florescimento dos novos negócios de alimentação na cidade, dos carrinhos e carrões de lanches rodando pela cidade em encontros ou praças públicas. A vontade de vencer pelo trabalho ainda é maior do que vencer pela corrupção, pela falta de ética e pela usurpação do dinheiro público. Graças a Deus! Reinventemos os nossos dias, acordemos cheios de vontade e de fé no trabalho para enfrentarmos esse dragão que nos tira o sono, porém não nos deixemos cair na desgraça da mesmice e da roubalheira politiqueira que parece ter virado moda em nossa "Vera Cruz".
 
Façamos, então, dessa bandeira, a nossa culinária, a nossa pátria educadora e salvadora pelo trabalho e pelos brasileiros, tratando com ética, com criatividade e com postura ilibada desses suados cozinheiros potiguares e brasileiros. Avante "Senta a púa"!